terça-feira, 13 de outubro de 2009

As circunstâncias não deveriam ter me calado, mas eu me calei. E Lost for Words pra mim foi e sempre será uma das músicas mais bonitas que já foram criadas até hoje (uma notinha apenas, porque é a música que está tocando aqui nesse exato momento).

Tive um dia normal. Não me exaltei, não me estressei, não xinguei ou briguei. Estou tão assustada com a ranzinza que anda vivendo aqui dentro que nem tive tempo pra isso. Fiz um resumo rápido do que foi o meu fim de semana e só encontrei solidão. Solidão não, essa palavra é muito forte. A solidão precisa de uma companhia pra se consolidar como tal, e eu não quero ninguém além de mim agora. Não estou tomada da solidão que pede alguém; da solidão que faz as lágrimas chatinhas descerem com raiva; tampouco da solidão cheia de lamúrias!
Corrigindo o que eu disse, fiz um resumo rápido do que foi o meu fim de semana e só encontrei Luciana em tudo. Na cama, no computador, com o fone nos ouvidos e cantando alto, deitada de bruços com as pernas cruzadas pra cima e me deliciando com 'Paixões', da Rosa Montero (paradoxal escrever sobre ser ranzinza, estar sozinha e estar lendo esse livro? não, nem, imagiiina!).
E a ranzinza que vive aqui dentro.. Ela não tá aqui por esses dias porque eu ando me sentindo sozinha. Ela se manifesta de tempos em tempos, um saco.

domingo, 4 de outubro de 2009

"Ni sans toi, ni avec toi"

Desde agosto eu não estava me sentindo bem. Vivendo de metáforas, mas não conseguia colocar as maledetas pra fora. Fui perdendo a fome, me sentindo sozinha e pequenininha (o que é mentira, né?) e o pior: Não conseguia chorar! Tudo doía, as lágrimas chegavam mas não saíam.
Ficavam trancadas aqui atrás dos olhos, até que aconteceu 'a gota d'água' (ou zilhões delas?) para que elas fossem embora de vez. Antes da Érika ir embora pra Loirolândia Gelada (aka Dinamarca), acordei e comentei com ela sobre um sonho que eu tinha acabado de ter, segundos antes de acordar. Sonhei com uma tempestade linda! Odeio chuva, tenho medo dos trovões e da claridade absurda dos relâmpagos (mas confesso que amo o barulho da chuva pra dormir). E um dia depois de contar sobre o sonho com a tal tempestade, eis que o céu desabou por aqui. "-Lu, é a chuva que você pediu no sonho", a Érika disse. Tive medo de mim, mas depois da tal chuva, eu chorei, e chorei, e chorei.
Chorei de saudades do Bruninho que foi embora pra sempre, chorei de saudades da Érika que foi embora por um ano, chorei pelos murros em ponta de faca (afinal de contas, eles deixam cortes doloridos nas mãos!), chorei pela minha ingenuidade e até chorei porque fui tentar colocar uma prateleira no meu quarto e martelei meu dedo. Os motivos foram surgindo, as lágrimas foram vindo e o choro fluindo. Mas depois da tempestade (das duas).. Me senti bem, muito bem.
Desliguei o celular, passei o fim de semana em casa, não saí pra encher a cara e acabei ganhando uma recompensa por isso. Zapeando na tv, vi um rostinho conhecido. Conhecido não, um rostinho amado. Amado não, muito amado. Gerard Depardieu, em "La femme d'à côté", em uma noite de sábado, e a mamis de companhia. Ganhei meu fim de semana ;)